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“Temos de dar uma oportunidade à juventude”, diz embaixador demissionário em Lisboa
O uso da “força brutal” contra os manifestantes não deverá impedir a queda de Kadafi e uma “nova hipótese” para a juventude do paÃs, disse sexta-feira o embaixador da LÃbia, pouco após anunciar a sua demissão.
 “Demiti-me porque a situação no meu paÃs é muito má, contactei com diplomatas lÃbios em todo o Mundo na sequência da revolta da juventude em 17 de Fevereiro e estão a usar a força contra os manifestantes civis… De acordo com as minhas informações prosseguem os massacres e o sangue continua a correr”, disse à Lusa Ali Ibrahim Emdored, na carreira diplomática há 40 anos.
“Não represento Kadafi, represento o meu povo e não gosto do que está a suceder, estão a utilizar mercenários”, refere o diplomata de 65 anos, que afirma “conhecer bem” o contestado dirigente da LÃbia, Muammar Kadafi, que acompanhou “nos primeiros anos da revolução”, após o golpe militar de 1969.
 “Queria dizer que a partir de hoje vou apoiar os manifestantes, após o que sucedeu no Egipto e TunÃsia todo o Médio Oriente vai mudar, e chega de ditadores, no Egipto, Jordânia, LÃbia, Iémen ou TunÃsia, chega de 42 anos no poder como Kadafi, ou 30 anos, ou 23 anos. São a velha geração, no Egipto os jovens fizeram uma revolução com meios tecnológicos, como nunca sucedeu, não recorreram à s Forças Armadas ou aos partidos, que agora tentam obter uma fatia do bolo. Mas a juventude tem novas ideias, temos de lhes dar uma hipótese”, afirmou com ênfase.
 Ali Ibrahim Emdored garante que permanecerá em Lisboa após a sua decisão, tomada na sequência de contactos com representantes diplomáticos lÃbios em diversas capitais do mundo. “Vou ficar aqui, cortei as minhas relações com o regime. Todos sabem porque tomei esta decisão. Há mais de 40 anos que sirvo o meu paÃs, nunca pensei que a situação chegasse a este ponto”, admite.