Jovens e o primeiro emprego

 

Não chega a ser novidade no Brasil afirmar que entrar no mercado de trabalho, principalmente para os jovens que buscam o primeiro emprego, não é uma tarefa fácil. Não se tem programas específicos voltados para essa finalidade e as iniciativas tomadas pelo governo nos últimos anos não deram certo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro mandato, lançou com pompas o programa “Primeiro Emprego”. Esqueceu-se que não deveria beneficiar apenas os jovens, mas também o empregador. Errou e o programa não deu certo.

A realidade é que entrar no mercado de trabalho exige cada vez mais qualificação. As longas horas de estudo podem tanto ampliar o conhecimento quanto render um bom emprego no futuro, principalmente para os jovens que ainda não tiveram uma experiência profissional.

Essa é uma realidade que o governo precisa olhar com mais vontade política para abrir as portas a milhares de jovens que buscam um lugar ao sol. Não é difícil fazer essa constatação. No Sine, diariamente formam-se filas de pessoas à procura de emprego. Porém, a falta de qualificação restringe o número de candidatos por cada cargo disponível. Isso pelo fato de que hoje em dia a experiência profissional não é requisito mínimo para eliminar concorrentes. O que pesa é a capacitação.

A contratação de jovens no mercado para o primeiro emprego não é novidade no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tanto que o ministro, Carlos Lupi, defende a manutenção de políticas de incentivo à contratação de jovens, já que na avaliação dele o primeiro emprego é o “maior desafio” do país na área do trabalho. Ocorre que as vagas naturalmente costumam ir para quem já tem alguma experiência. Mas como o jovem vai ter experiência sem oportunidade? É preciso romper esse ciclo vicioso e qualificar essa mão de obra.

Em Mato Grosso, 40 mil pessoas foram capacitadas somente em 2010, em cursos oferecidos pelo Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O Cebrac, por exemplo, oferece cursos direcionados para quem, justamente, busca do primeiro emprego.

O Senai trabalha com o programa de Aprendizagem Industrial, que foi criado para qualificar jovens aprendizes que buscam oportunidade no segmento. Em 2010, foram 1,5 mil alunos formados. No Senac, a capacitação profissional chegou para 34,782 mil pessoas por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG).

Como se pode constatar, essas entidades cumprem o papel que lhes é destinado e oferecem capacitação. Resta então que o governo crie programas junto ao empresariado para que os jovens possam ter a oportunidade de trabalhar e garantir o próprio sustento. O MInistério do Trabalho já tem a receita, basta então que ela seja aplicada da forma correta e que, finalmente, nossa juventude possa ser mais valorizada no que se refere ao mercado de trabalho.

 

Fonte: Gazeta Digital