Educação – O que os jovens procuram e como as inovações tecnológicas podem contribuir para a promoção de práticas educacionais efetivas?

Mesa do debate composta por composta por Carlos Souza, fundador da Plataforma Digital Veduca; Claúdia Costin, secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro; Adriana Martinelli, do Instituto Singularidades; Daniela Caldeirinha, coordenadora de projetos na Fundação Lemann e Luciano Meira, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco.

Mesa do debate composta por por Carlos Souza, Claúdia Costin, Adriana Martinelli, Daniela Caldeirinha e Luciano Meira.

No segundo dia do 8º Congresso GIFE, palestrantes e congressistas debatem sobre o futuro da educação no Brasil e como a tecnologia tem impactado nessas transformações. O Brasil tem a 7ª maior economia; porém ocupa a 58º posição em ranking educacional. “Há uma urgência pela transformação e não será fazendo o mais do mesmo que este cenário irá mudar”, como afirma a secretaria municipal de educação do Rio de Janeiro, Claúdia Costin, que participou como palestrante no congresso.

Educação foi um dos temas recorrentes nos três dias do Congresso GIFE, que aconteceu de 19 a 20 de março em São Paulo. A palestra “Inovação na educação: como a tecnologia tem impactado a educação no Brasil” chamou a atenção da plateia para questões sobre como a tecnologia tem contribuído na promoção de inovações educacionais efetivas e apresentou experiências concretas da aplicação desse mecanismo. A mesa de debatedores que discutiu o tema foi composta por Carlos Souza, fundador da Plataforma Digital Veduca; Claúdia Costin, secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro; Adriana Martinelli, do Instituto Singularidades; Daniela Caldeirinha, coordenadora de projetos na Fundação Lemann e Luciano Meira, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco.

Para Claúdia Costin, a tecnologia pode sim alavancar o sistema de aprendizado no Brasil, porém a secretaria acredita que é preciso ir além da distribuição de computadores nas escolas para que isso aconteça. “Temos que definir o que esperamos que a criança aprenda e preparar o professor para entrar em sala de aula” destaca a secretaria municipal do Rio de Janeiro.  Uma das inovações propostas ao sistema de ensino brasileiro é a Educopédia, uma plataforma online colaborativa de aulas digitas, na qual alunos podem acessar as atividades propostas e os professores podem ainda aproveita-la para o planejamento de suas aulas.

Uma das experiências concretas de que a tecnologia tem impactado a educação no Brasil é o número de acessos do Portal Veduca. De acordo com o fundador do portal, Carlos Souza, a página já atingiu a margem de 3 milhões de visitantes. O Veduca é um canal online gratuito que disponibiliza vídeo-aulas e cursos de universidades como Harvard, Yale, Stanford, USP e Unicamp. “Acreditamos que a tecnologia pode não só democratizar, mas melhorar o aprendizado. Levar educação de qualidade a todos é o melhor investimento para o país” afirma Carlos.

Outra ferramenta disponível no mundo online é a Khan Academy. A plataforma online de aprendizado foi implantada no Brasil pela Fundação Lemann e disponibiliza vídeo-aulas e exercícios, que vêm sendo levados para as escolas públicas. Atualmente, há mais de 1000 aulas de Matemática, Biologia, Química e Física traduzidas para o português e disponíveis online “Para esse ano, queremos atingir uma média de 50 mil estudantes navegando na plataforma”, declara Daniela Caldeirinha, coordenadora de projetos na Fundação Lemann.

Luciano Meira, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, expõe durante o debate que nos Estados Unidos, pela primeira vez em 50 anos de TV aberta, a audiência das telas dos computadores superou a das telinhas de televisão. “Temos que trazer esse futuro para mais próximo das escolas” ressalta o professor. De acordo com Luciano, é importante pensar nos 3Fs (do inglês fun (diversão), feedback (retorno), friends (amigos) antes de se montar uma plataforma. “Já perceberam como os jovens são disciplinados com jogos de videogame? Se pudermos aproveitar isso no ensino será perfeito” cita o profissional, como um dos exemplos dos 3Fs.

Mas mesmo com toda tecnologia, o papel do professor ainda é fundamental como a secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro conclui. “A grande transformação e a grande inovação estão no papel do professor e isso independe de tecnologia. O educador precisa deixar o papel de fornecedor de palestras e assumir o de assegurador de aprendizagem”.