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Redes sociais redefinem ativismo entre os jovens
Mobilizar a população sempre foi um dos pontos mais complicados na organização de uma manifestação social ou política. Hoje, apesar de geralmente ter menos atuação que no passado, os jovens ativistas que saem às ruas defendendo ideais e direitos possuem na internet uma aliada para chamar atenção do público e participação.
Algumas estratégias de divulgação online viraram regra entre as manifestações com a participação majoritária de jovens ativistas. Mensagens enviadas em massa por e-mail explicam com detalhes os objetivos, as causas defendidas, o discurso dos idealizadores. Eventos criados no Facebook permitem que a notícia se espalhe em uma espécie de boca-a-boca online.
Campanhas no Twitter, que dá ainda a oportunidade de os participantes relatarem os eventos ao vivo, contribuem para agilizar a proliferação das informações. As diversas opções oferecidas pela internet criam a possibilidade de potencializar o alcance das ações propostas, indo além do número de participantes potencialmente maior, mas também chamando mais atenção da mídia, das autoridades e da sociedade.
Exemplos não faltam de movimentos que começaram no mundo virtual e ganharam força nas ruas. No início do ano, milhões de pessoas foram às ruas no mundo árabe pedir por mais mudanças em seus países, em resposta a chamados em redes sociais. Na Espanha, um movimento descentralizado iniciado em fóruns de discussões pela internet tomou conta das ruas de mais de 60 cidades há alguma semanas.
E tanta repercussão acaba por atrair também a fúria das autoridades. O governo da China, por exemplo, bloqueou o acesso a redes sociais como Facebook, Twitter, Flickr, de compartilhamento de fotos, e Linkedln, voltado a contatos profissionais. No Egito, a capital chegou a ficar sem internet para enfraquecer as manifestações.
Soraya Misleh, filha de um refugiado palestino, conta que o Facebook sofreu pressão por parte de sionistas e derrubou a página da terceira intifada palestina. Segundo ela, 350 mil pessoas haviam confirmado a participação. Apesar disso, ela diz acreditar na importância das mídias sociais na mobilização jovem. “As mídias sociais cumprem um papel importantíssimo em todas as lutas. Na onda de revoluções sociais em andamento, tem propiciado não apenas a divulgação desse movimento como também a própria comunicação em diferentes partes do mundo”, afirma.
Em São Paulo, somente na última semana do mês passado, seis manifestações populares foram divulgadas na internet, possuindo causas que iam do tombamento do Cine Belas Artes a um ato contra a violência policial, de um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus na capital a um novo “churrasco da gente diferenciada”, em referência a moradores de Higienópolis contra a construção de uma estação de metrô na região.
Não à toa uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, apontou que 71% dos 1.200 jovens entre 18 e 24 anos ouvidos acreditam que a internet é um instrumento alternativo de mobilização social. Segundo eles, a forma repetitiva e padronizada dos meios convencionais de comunicação ao transmitir as notícias contribui com a migração do debate para o mundo virtual.
Fonte: Jornal do Campus – USP