Silêncio ensurdecedor do Governo Federal a respeito do fim da Secretaria Nacional de Juventude

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Silêncio ensurdecedor do Governo Federal a respeito do fim da Secretaria Nacional de Juventude

silencio sobre SNJ

Mesmo com a decisão já tomada, segundo aponta o mundo político ligado ao tema em Brasília, até o momento não foi emitida qualquer declaração do Governo Federal e do Secretário Nacional de Juventude, Gabriel Medina, a respeito da provável extinção do órgão governamental.

As vozes discordantes da decisão vem se manifestando ao longo da semana através das redes sociais, manifestos e movimentos organizados, mas em um volume bastante menor do que a comemoração pela regulamentação, anunciada também durante essa semana, da emissão das carteiras estudantis, inclusive pela própria SNJ, que estampa esse fato como imagem principal do seu site.

Lideranças que estiveram hoje percorrendo os corredores da Câmara dos Deputados, contrárias à extinção da Secretaria, revelam que parlamentares da base já declaram que a decisão está tomada e é irreversível.

Como todos que receberam a notícia e que atuam da porta do Governo Federal para fora, fomos surpreendidos pelo anúncio através da publicação no início dessa semana da MP 696. O silêncio sobre o rumo da política pública de juventude no país vem colaborando para consolidar a possibilidade cada vez maior de confirmação dos rumores de desmonte da Secretaria Nacional de Juventude.

Pessoas ligadas ao tema apontam que a decisão poderá levar a que aconteça o mesmo em centenas de estruturas de juventude espalhadas pelo país, que apoiadas na criação da Secretaria Nacional, colaboraram para que a agenda jovem tenha alcançado outra dimensão na definição das políticas públicas nas suas diversas esferas de poder.

Uma opinião comum àqueles que colaboraram para construir a plataforma de juventude brasileira, iniciada a partir de 2003, é que essa medida, caso seja confirmada, será um grande retrocesso. Ismênio Bezerra, ex-Coordenador Estadual de Juventude do Governo do Estado do Ceará, que fez parte da primeira equipe formada pela SNJ, em 2005, aponta que “como tantos outros gestores e militantes das PPJs, sinto-me extremamente angustiado por ver o que foi construído no Governo Lula ser destruído no Governo Dilma. Espero que ainda haja tempo para o Governo voltar para o campo da esquerda, repactuar com a juventude, com os movimentos sociais e paralisar o ímpeto da implementação de políticas econômicas conservadoras e neoliberais”.

Apesar das inúmeras limitações orçamentárias e políticas, a sua existência era um fator extremamente positivo para a defesa dos direitos e do protagonismo de milhões de jovens.

Enquanto aguardamos algum posicionamento real a respeito da provável extinção da SNJ, solicitados pelo Infojovem tanto ao Secretário Nacional quanto à Secretaria, seguimos atentos aos acontecimentos e bastidores relacionados com a possível confirmação do novo e rebaixado papel da juventude brasileira na gestão da Presidenta Dilma Rousseff.