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Juventude portuguesa sente a crise: “Este é o próximo combate da Europa”
O presidente do Conselho Nacional de Juventude de Portugal comenta o estudo do Eurobarómetro, que mostra que os jovens portugueses são dos que mais se sentem excluídos pela crise.
Por causa da crise, 86% dos jovens portugueses sentem-se marginalizados da vida económica e social. Os números, que constam da sondagem de opinião “Juventude Europeia em 2016”, mostram que Portugal é o segundo país, da União Europeia, onde as pessoas entre os 16 e os 30 anos mais sentem exclusão por motivos financeiros.
Apenas a Grécia supera os números portugueses. Chegam aos 93% os jovens gregos que se sentem excluídos, uma percentagem muito acima da média europeia (57%). A seguir aos helênicos e lusitanos, a juventude cipriota, espanhola, italiana e croata é, por esta ordem, quem se sente mais afetada pelos efeitos da crise económica. No total, a amostra envolveu 10.294 cidadãos europeus dos 28 Estados-Membros e mostrou que, do outro lado do espectro, os jovens alemães, malteses e dinamarqueses se mostram menos lesados pela conjuntura.
“Este é o próximo combate da Europa”
O presidente do Conselho Nacional de Juventude começa por constatar que “de fato, os nossos jovens estão descontentes”. Hugo Carvalho realça que “são muitos” aqueles que “não estão com uma perspetiva de um emprego de qualidade no futuro” e que “quem não está a caminhar para a emancipação, está a caminhar para a exclusão social”. “Tipicamente são jovens que receberam formação, em que o Estado investiu, e que estarão frustrados porque não conseguem atingir os seus objetivos”, acrescenta o líder do CNJ.
Por outro lado, os jovens “de contextos sociais mais desfavorecidos caminham para a marginalização absoluta”, refere Hugo Carvalho, acrescentando que esta situação pode originar “a adesão a movimentos extremistas e radicais”. Segundo o responsável, “esta é a confirmação (…) do próximo combate que a Europa tem de fazer” e que, para Carvalho, passa por se preocupar com todas as medidas “para o emprego, educação, inclusão e igualdade” tendo a marginalização dos jovens “em mente”. “Isso não se faz com combates armados nem com guerras, faz-se com prevenção e medidas de incentivo”, exemplifica.
Nos próximos dias 20 e 21 de maio, em Estrasburgo (França), 7 mil participantes no European Youth Event 2016 (EYE2016) vão refletir sobre os resultados do estudo, debater e propor novas ideias sobre o estado atual do mundo, o futuro da Europa e da democracia, o emprego jovem, a revolução digital, o desenvolvimento sustentável e os valores europeus.
Com informações do JPN – Universidade do Porto