Compartilhe
Cultura de Paz
A construção da paz começa a partir de uma atitude pessoal que pode se refletir depois em diversos campos da vida, no meio ambiente, na sociedade, na saúde coletiva entre outros. Essa discussão se fortalece a partir da crescente visão da interdependência global e da responsabilidade universal pela construção de um novo mundo e coloca este tema como uma das principais ações educativas, que promovem fontes efetivas de paz no mundo.
A juventude hoje é que tem sido o maior alvo dos problemas sociais, políticos e ambientais que vem se acumulando dede o desenvolvimento do capitalismo. O surgimento da violência, do crime e dos comportamentos destrutivos, situações nas quais os jovens são vítimas potenciais, mostram a grande tarefa que a juventude tem de transformar estes padrões que tem promovido tanta guerra no mundo.
Enquanto movimento, a Cultura de Paz iniciou-se oficialmente pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1999 e empenha-se em prevenir situações que possam ameaçar a paz e a segurança – como o desrespeito aos direitos humanos, discriminação e intolerância, exclusão social, pobreza extrema e degradação ambiental – utilizando com principais ferramentas a conscientização, a educação e a prevenção.
De acordo com a UNESCO, a cultura de Paz “está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não-violenta de conflitos” e fundamenta-se nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo.
Os processos e padrões da segurança pública, da guerra e da paz estão no processo de mudança. Nos 10 últimos anos tem crescido o número de grupos terroristas organizados e isto tem sido uma das varáveis para outro tipo de guerra onde eles estão instalados. Hoje há mais de 14 guerras e conflitos armados em andamento.
Segundo relatórios da OMS a violência mata mais de 1,6 milhões de pessoas no mundo a cada ano e outros milhões de pessoas são mutiladas devido a ataques. Os índices de assassinato e violência doméstica têm crescido espantosamente em várias partes do mundo. O Presidente da OMS, alerta para a necessidade de se investir em educação para desenvolver uma compreensão diferente da violência, pois muitas pessoas pensam que a violência é algo pessoal e não social, e ignoram as conseqüências destes atos para a sociedade como um todo.
A proposta da cultura de paz busca alternativas e soluções para estas questões que afligem a humanidade como um todo, não se foca na questão da violência, mas na paz como um estado social de dignidade onde tudo possa ser preservado e respeitado. Estes pontos são um dos grandes desafios da construção de uma cultura de paz.
De acordo com David Adams, a cultura de paz tem como base oito pilares:
1. Educação para uma cultura de paz
2. Tolerância e solidariedade
3. Participação democrática
4. Fluxo de informações
5. Desarmamento
6. Direitos humanos
7. Desenvolvimento sustentável
8. Igualdade de gêneros
É válido lembrar que para construir uma sociedade mais humana, é fundamental, que cada um começa por si mesmo e faça sua parte por meio de uma mudança de atitudes, valores e comportamentos que visem à construção de um mundo mais justo e melhor de se viver.
Assista esta reportagem sobre as possibilidades alternativas para que cada um comece a construir a cultura de paz:
Movimento Internacional por uma Cultura de Paz e Não-violência
O ano 2000 foi o ponto de partida para a grande mobilização, assim como foi o Ano Internacional para a Cultura de Paz. Foi neste momento que as Nações Unidas iniciou um movimento global para a cultura de paz criando uma “grande aliança” que unia todos os movimentos já existentes que já trabalhava em prol da cultura de paz nos 8 âmbitos de ação. Este movimento vem crescendo com a Década Internacional para a Cultura de Paz e Não-Violência para as Crianças do Mundo (2001-2010).
(Resolução das Nações Unidas A /RES/53/25).
Este movimento representa uma oportunidade de participação que abre portas para que todos juntos possam trabalhar as possibilidades de transformação de uma cultura orientada pela desconfiança, competição e uso abusivo do poder em uma Cultura de Paz, diálogo e responsabilidade compartilhada.
Para saber mais, acesse.
Cultura de Paz – Documentos Internacionais
- Carta das Nações Unidas, 1945
- Declaração de Beijing sobre os Direitos das Mulheres, 1995
- Declaração de Durban – Relatório da Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, 2001
- Declaração de Haia: Programa do Século XXI pela Paz e a Justiça, 1999
- Declaração de Princípios sobre a Tolerância, 1995
- Declaração de Sevilha sobre a Violência, 1986
- Declaração do Parlamento das Religiões do Mundo para uma Ética Global, 1993
- Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz, 1999
- Declaração Sobre Paz na Mente dos Homens, Yamoussoukro, 1989
- Declaração Universal dos Direitos das Crianças, 1959
- Declaração Universal dos Direitos dos Animais, Bruxelas, 1978
- Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948
- Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural, 2001
- Estatuto de Roma sobre o Tribunal Penal Internacional, 1998
- Manifesto 2000 – Unesco, 2000
- Manifesto Russell-Einstein, 1955
- Relatório Dellors: Educação, um tesouro a descobrir, 1996
- Resolução ONU 58/11 – Década Internacional pela Cultura de Paz e Não-violência para as Crianças do Mundo, 2001 – 2010, 2000
Algumas organizações e movimentos que trabalham com essa temática:
Agência Cultura de Paz – A Cultura de Paz é uma Agência de Comunicação focada na disseminação de conceitos, informações e estímulos às boas práticas, à valorização do capital humano.
AMISRAEL – O Mensageiro da Paz — É uma organização não governamental (ONG) com atuação internacional em prol da paz entre os povos e nações. Congrega pessoas de todos os países, raças, religiões e credos que se identificam com os ideais da AMISRAEL, dispostas a repudiar ao terrorismo e de promover incondicionalmente a paz.
Instituto Pólis – Convivência e Cultura de Paz – As rodas de Convivência e Cultura de Paz são vivências participativas e coletivas, que buscam identificar os principais desafios, experiências e poéticas dos grupos de jovens dos Pontos de Cultura. Através destas atividades serão identificados os conflitos e valores existentes, bem como formas e espaços de resolução através do diálogo e da convivência.
Tem como objetivo ser um pólo formulador e irradiador de criação e de compartilhamento de conhecimentos, práticas e políticas públicas de convivência e Cultura de Paz. Visa a convivência plural entre diferentes culturas, incentivando a compreensão do outro e de si mesmo.
Educadores para a Paz – É uma ONG de Porto Alegre que visa:
a) Contribuir para a prevenção e o combate à violência, através de programas e propostas metodológicas de educação para a paz e a não-violência;
b) Promover o desenvolvimento da educação para a paz através de programas de qualificação de educadores na área da educação para a paz e a não-violência;
c) Cooperar com as autoridades e entidades governamentais para a instituição de políticas educacionais voltadas para a construção de uma cultura de paz;
d) Desenvolver estudos e pesquisas, na perspectiva da construção de uma cultura de paz ativa, em intercâmbio com instituições acadêmicas e de desenvolvimento social;
e) Promover os valores da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos e de outros valores universais, através de programas de formação e integração comunitários, envolvendo crianças, jovens e adultos.
Gente que Faz Paz - O Programa Gente que Faz a Paz foi criado com o objetivo de capacitar voluntários e profissionais que atuam em projetos sociais, educacionais e ambientais para o comprometimento e promoção da Cultura de Paz.
Gente que Faz a Paz é o resultado de diversas parcerias desenvolvidas entre a UNIPAZ (Universidade Internacional da Paz), a associação Palas Athena, a URI (Iniciativa das Religiões Unidas), o Viva Rio, o Afro Reggae e a UNESCO.
Instituto Sou da Paz – O Instituto Sou da Paz é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que trabalha pela prevenção da violência no Brasil, procurando influenciar políticas públicas nessa área.
A missão do Instituto Sou da Paz é contribuir para a efetivação no Brasil de políticas públicas de segurança e prevenção da violência que sejam eficazes e pautadas pelos valores da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, por meio da mobilização da sociedade e do Estado e da implementação e difusão de práticas inovadoras nessa área.
Movimento Cultura de Paz (BA) – O Movimento Cultura de Paz (MCPAZ) é uma rede de integração de coletivos, grupos, ong’s, movimentos, energias e seres na biorregião de Salvador alinhados com a cultura de paz, a formação integral do ser humano e a cura planetária.
UNIPAZ – A Rede Internacional UNIPAZ é composta por diversas unidades e foi criada para disseminar uma Cultura de Paz, promovendo a inteireza do ser a partir do paradigma transdisciplinar e holístico. Objetiva construir pontes sobre todas as fronteiras, contribuindo para a formação de uma nova consciência.
Vitae Civilis - Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz é uma ONG, que tem como objetivo contribuir para a construção de sociedades sustentáveis, ou seja, sociedades que conciliam o desenvolvimento humano, em todas as suas dimensões (econômica, cultural, social, etc.), associado à conservação ambiental, tendo democracia e justiça social como base.
Tem como missão “Promover o desenvolvimento sustentável por meio de apoio a elaboração e implementação participativa de políticas públicas integradas; gerar e disseminar conhecimento e práticas nas áreas de clima, energia, águas e de serviços ambientais; e fortalecer organizações e iniciativas de sociedade civil em tais áreas”.
Viva Rio – O Viva Rio é uma organização não-governamental, com sede no Rio de Janeiro, engajada no trabalho de campo, na pesquisa e na formulação de políticas públicas com o objetivo de promover a cultura de paz e o desenvolvimento social.
Zero a Seis – Instituto Primeira Infância e Cultura de Paz – É uma Organização que tem por missão “produzir e disseminar conhecimento científico relacionado à primeira infância – do período gestacional aos 6 anos – como instrumento de promoção da cultura de paz.