Empresas de recuperação de crédito usam tecnologia com jovens endividados

Imagem: Cartões de Crédito

O aquecimento do mercado e a facilidade de crédito fizeram um novo personagem ganhar destaque no mercado de empréstimos e financiamentos: o jovem endividado. Os cartões de crédito, dizem especialistas, são os maiores vilões dos marinheiros de primeira viagem, que sem terem tido nenhuma experiência com pagamentos a prazo, acabam se descontrolando com as dívidas.

Empresas especializadas em recuperação de crédito, no entanto, já conseguiram encontrar um meio de cobrança que tem gerado bons retornos. Além das tradicionais cartas de cobrança e telefonemas, estas empresas têm adotado estratégias mais tecnológicas, como uso de SMS e chats para negociar as dívidas. “Todo mundo hoje em dia tem um celular e o que percebemos é que entre os jovens esse meio de comunicação é mais dinâmico, gera maior retorno do que no público em geral”, comenta o sócio do Grupo Cercred, Leonardo Coimbra.

Coimbra conta que 90% da recuperação de crédito ainda se dá pelo meio tradicional. Mas nos 10% restantes, as empresas têm de usar estratégias mais criativas. No caso do SMS entre os jovens, ao ver a mensagem de texto no celular, boa parte retorna a ligação. “Enquanto no público em geral temos retorno de 4%, nos jovens esse número é de 8%”, diz. Veja ao lado um exemplo de mensagem que é mandada para este público.

A intenção de todo consumidor é pagar as suas dívidas, mas especialistas acreditam que até por serem iniciantes no mercado de crédito, os jovens muitas vezes não têm o hábito de se programar para pagar todo mês as contas. Às vezes, por uma questão de esquecimento, acabam não acertando o compromisso. Por isso, a mensagem SMS gera bom retorno, já que muitas vezes funciona como um lembrete. “A partir de mais ou menos 20 dias que o devedor não paga a conta mandamos um SMS, para lembrá-lo”, diz Coimbra.

A TeleCheque, empresa especializada em verificação de crédito em compras com cheques, um meio de cobrança que também é utilizado é o chat. “Isso tem muito a ver com a inclusão digital. O jovem que está interessado em negociar sua dívida não precisa nos ligar ou marcar uma reunião. Entra na internet e conversa com um funcionário pelo chat”, explica o vice-presidente da TeleCheque, José Antônio Praxedes Neto.

Outra maneira adotada para tentar negociar a dívida é organizando eventos em hotéis periodicamente. Na Cercred, quando o evento é sobre dívidas com veículos, 18% do público que comparece é jovem. Em outros créditos – financiamento de roupas, bicicletas, etc – a participação é de 42%.

Cerca de 1% a 2% do público não é encontrado em nenhum destes meios. Então, as empresas vão a casa da pessoa com negociadores profissionais. “Em geral dá certo porque mandamos outro jovem. Então o consumidor se sente próximo”, afirma Coimbra.

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