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Jovens devem elevar gastos em 50%
Pais de adolescentes, preparem os bolsos. Segundo pesquisa da TNS Research International, os brasileiros com idade entre 12 anos e 19 anos, que gastam em média R$ 50 por semana (R$ 200 por mês), esperam aumentar em 50% os desembolsos nos próximos 12 meses. Em 2008, o valor mensal era, em média, de R$ 90.
Esse universo representa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 32 milhões de pessoas que, no ano passado, gastaram cerca de R$ 32 bilhões.
De acordo com o levantamento, no Nordeste o gasto é menor, R$ 31 por semana, enquanto que no Sudeste as despesas chegam a R$ 54. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado com 1,5 mil jovens, das classes A, B, C e D, moradores das nove regiões metropolitanas, além das principais cidades do interior.
Os gastos dos adolescentes do Brasil estão entre os mais baixos dos países que integram o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Na Rússia e na China, a média de desembolso é 10% acima da brasileira.
A explicação, segundo Jorge Kodja, diretor comercial da subsidiária local da TNS e responsável pelo estudo, é que os brasileiros demoram mais tempo para começar a trabalhar e para sair da casa dos pais – isso faz com que a renda esteja atrelada à mesada. “Com 18, 19 anos, o americano já é independente financeiramente, por exemplo.
No Brasil, isso acontece por volta das 25 anos”, diz Kodja. De acordo com a pesquisa, 52% dos entrevistados estudam e vivem com os pais. Nas classes A e B essa participação sobe a 67%. Mas a tendência, acredita o diretor, é que esse cenário comece a mudar por exigência do mercado de trabalho, que cada vez mais tem dificuldade em encontrar profissionais para as vagas criadas. Diante desse quadro, a alternativa pode ser integrar os jovens mais cedo ao quadro de funcionários das empresas.
O principal destino dos gastos dos adolescentes brasileiros são os produtos e serviços ligados à aparência, como roupas e acessórios. As meninas desembolsam em média R$ 69 por mês e os meninos um pouco menos, R$ 65 mensais. Nas classes A e B, no entanto, o gasto pode chegar a R$ 87 mensais.
Uma das informações que chamaram a atenção de Kodja diz respeito à relação entre adolescentes e serviços bancários. “A maioria não tem conta nem cartão de crédito. Ao todo, 35% dos jovens gostariam de ter um cartão de crédito e 31% sonham com uma conta corrente”.
Esses dados refletem na baixa utilização da internet para compras. A cada três entrevistados, apenas um compra pela rede. Outro reflexo da pequena relação com o sistema financeiro é que poucos têm o hábito de economizar; 67% poupam nada. Os itens tecnológicos estão entre as preferências dos adolescentes. A cada dez adolescentes, oito têm celular.
Fonte: Diário do Nordeste