Reciclagem gera 50 empregos diretos em Mato Grosso

Imagem: Dinheirama_cores_reciclagem

A geração de resíduos é um processo inevitável. Isto porque cada vez mais os resíduos urbanos e industriais estão aumentando, sendo esta uma das questões mais problemáticas enfrentadas pela sociedade, principalmente no que diz respeito à destinação adequada dos resíduos sólidos. Para tanto, os principais métodos de eliminação dos resíduos são o aterro sanitário e a incineração.

O aterro é o modo mais barato, porém, se não for realizado em local e condições adequadas, pode contaminar o solo e atingir o lençol freático. A incineração, por sua vez, além de calor, gera dióxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio, dioxinas e outros contaminantes gasosos que poluem o ar e causam graves danos à saúde. Desta forma, a reciclagem é a maneira mais adequada de eliminar restos ou materiais que não servem mais, já que aumenta o período de utilização de um bem.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem de Resíduos Sólidos Industriais, Domésticos e de Pneus de Mato Grosso (Sindirecicle/MT), Carlos Israilev, a reciclagem é o elo que fecha o ciclo industrial. “90% do ferro e aço que são produzidos no planeta advêm de materiais recicláveis. Por isso, não existe produto industrial com proteção ao meio ambiente sem a ferramenta reciclagem”, pontuou.

De acordo com Carlos Israilev, a reciclagem está começando a se expandir. “Atualmente é como se o mercado de reciclados vendesse uma tora de madeira quando poderia transformar esta matéria-prima em móveis”, comparou o presidente do sindicato, enfatizando que o grande fornecedor de matéria-prima para a indústria de bens de consumo é o setor da reciclagem.

Em Mato Grosso são aproximadamente 190 empresas do ramo de reciclagem. Há 16 anos setor, a Reciclagem de MT (Recimat) recicla papel, papelão, alumínio e plástico, sendo uma das empresas mais antigas da região, com a geração de 50 empregos diretos e centenas de indiretos.

Conforme a representante da empresa, Renata Paixão, o futuro do segmento é promissor. “A reciclagem é uma fonte de riqueza em que o mundo cada vez mais vai pedir isso. Sem contar que todo o processo de reciclagem traz muitos benefícios, como tirar do aterro sanitário toneladas de lixo que demorariam anos para se decompor”, afirmou, ressaltando que a reciclagem resgata a dignidade do ser humano criando oportunidades de emprego. Assim, a reciclagem além de gerar emprego e renda para população também preserva o ecossistema e abre novas frentes de trabalho.

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No Brasil o projeto de lei PLS 354/89, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi sancionado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova lei proíbe a importação de resíduos perigosos; obriga, sob pena de multa, estados e municípios a criarem seus planos de gestão de resíduos; e traz a previsão de consórcio formal para instalação de coleta seletiva nos municípios e nos estados.

Além disso, a lei faz a distinção entre resíduo (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é passível de reaproveitamento). Em relação aos resíduos, a lei estabelece parâmetros para o destino do que é produzido pelas empresas e pela comunidade, incluindo o resíduo doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, lâmpadas de vapores mercuriais, agrosilvopastoril, da área de saúde, perigosos, entre outros.

Segundo dados que embasaram o projeto, do lixo produzido no Brasil, 59% vão para os “lixões”. Apenas 13% do lixo têm destinação correta, em aterros sanitários. Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 405 tinham serviço de coleta seletiva em 2008.

A representante da Recimat em MT avalia que as pessoas ainda precisam de mais consciência de que é importante fazer a coleta seletiva e destinar a matéria-prima em seu destino certo. “Quanto mais cedo adquirir essa consciência e destinar a matéria-prima ao local certo, o mundo vai ganhar com isso. Basta cada um fazer a sua parte para ajudar o planeta. Isso representa um ganho para o meio ambiente e futuras gerações”, finalizou Renata Paixão.

Fonte: Jornal O Documento