Jovens de países ricos tiveram mais dificuldade para encontrar emprego

Relatório sobre tendências globais de emprego para a juventude, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela que o desemprego entre jovens subiu com mais intensidade em países desenvolvidos do Hemisfério Norte.

As taxas de desemprego entre os jovens de economias desenvolvidas e na União Européia aumentaram 4,6 pontos percentuais atingindo 17,7% entre 2008 e 2009, a maior taxa já registrada desde 1991. Já na Europa Central e Sudeste da Europa e na ex-União Soviética, a alta foi de 3,5 pontos percentuais no período. Segundo a OIT, estes são os maiores aumentos anuais das taxas de desemprego dos jovens já registrados em toda a região.

Na América Latina e no Caribe –-a OIT não tem dados específicos para o Brasil–, a taxa de desemprego entre jovens passou de 14,3%, em 2008, para 16,1%, em 2009.

“Não será fácil para os jovens lutarem para começar no mercado de trabalho nos próximos anos, sobretudo em economias desenvolvidas. O choque de demanda aumenta o lugar dos desempregados mais instruídos entre as fileiras daqueles com menos anos de instrução no desemprego de longo prazo.

Com menos espaço para achar trabalho, muitos jovens devem ser forçados a ficar em lugares que estão aquém de sua capacidade ou do caminho profissional desejado. Já nos países em desenvolvimento, os jovens deverão continuar a lutar em um ambiente limitado em termos de oportunidades”, informa o relatório da organização.

Segundo a OIT, na maioria das regiões, as mulheres jovens continuam a ser as mais atingidas pelo desemprego. Somente nas economias desenvolvidas e na União Europeia os mais afetados eram homens jovens. Em alguns países, incluindo Espanha e Reino Unido, houve um aumento na inatividade entre os jovens nos anos de crise. Isto implica aumento de desânimo, que leva ao desemprego crescente já que alguns jovens desistem de buscar trabalho.

Já nas economias em desenvolvimento, a crise tende a aumentar as fileiras do emprego vulnerável e no setor informal. Segundo a OIT, não há evidências desse aumento na América Latina, onde entre 2008 e 2009 o número de trabalhadores por conta própria aumentou 1,7% e o número de trabalhadores familiares 3,8%. A região também experimentou um aumento na proporção de adolescentes envolvidos em emprego no setor informal durante a crise.

Para quase todas as regiões, ligeiras melhorias estão previstas, em comparação com os anos de pico de desemprego (2010 na maioria dos casos). Só no Oriente Médio e Norte da África as taxas de desemprego juvenil deverão continuar em um caminho ascendente em 2011. A maior queda da taxa de desemprego juvenil é esperada para a Europa Central e Sudeste da Europa (fora da UE) e países da ex-União Soviética.

A taxa projetada para 2011 para as economias desenvolvidas e da União Européia representaria um decréscimo de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior. No entanto, a taxa projetada de 18,2 seria a maior já vista desde o período pré-crise (1991-2007).

Fonte: Agência O Globo