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Escola é lugar de camisinha?
Jovens entre 13 e 19 anos têm vida sexual ativa, mas encontram dificuldade de acesso ao preservativo. A revelação faz parte de pesquisa do Ministério da Saúde, em parceria com o Unicef.
A partir dessa realidade, o Programa Nacional de DST e AIDS vem desenvolvendo uma série de ações em conjunto com escolas da rede pública de todo o PaÃs.
Uma delas é justamente a instalação de máquinas de camisinhas nas escolas, que vem gerando polêmica. A proposta é que nesses aparelhos os adolescentes possam digitar uma senha e retirar o preservativo.
O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Figueiredo Nardi, afirma que a proposta não deve chegar tão cedo à s cidades do interior paranaense. “É uma ideia antiga, mas que começa por outras partes do Brasil.”
Entre os jovens maringaenses, segundo ele, é feito um trabalho de conscientização, com palestras e debates nas escolas, mas a entrega de preservativos ocorre apenas em postos de saúde. “É a melhor alternativa para a nossa realidade”, acredita.
Banheiro
Segundo o Ministério da Saúde, cada escola vai decidir onde instalar a máquina, mas a ideia é que elas fiquem em locais onde os alunos possam retirar sua camisinha com discrição, como nos banheiros.
A assessora técnica do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Ellen Zita, explica que muitas escolas já distribuem preservativos aos estudantes, mas o equipamento é mais uma forma de aproximar o jovem do preservativo. Ela conta que até o fim de 2010 pelo menos 40 escolas já devem estar com suas máquinas instaladas.
Apesar de a proposta ter sido alvo de crÃticas de alguns setores da sociedade, a assessora esclarece que o objetivo do governo é que todo adolescente possa ter acesso à camisinha e que a timidez não o impeça de se proteger.
“O preservativo tem que estar em todo e qualquer lugar, não só na saúde. Tem que estar ao alcance, ao acesso daquele que precisa desse insumo. Então, o que a gente quer é que esteja, sim, nas escolas e esteja, sim, nas unidades básicas de saúde”, completa .
Debate
Para a chefe do Núcleo Regional de Educação de Maringá, Vera Lúcia Aparecida Baroni Cassaro, não existe contra ou a favor quando o tema é prevenção. “Assim como achamos importante discutir a distribuição e o uso da camisinha, também consideramos essencial o debate sobre sexualidade, racismo, drogas e violência”, diz.
A questão já está inserida no dia a dia dos 77 mil estudantes da rede pública estadual da região, que abordam o assunto nas disciplinas pertinentes.
“O que precisamos cuidar é como deve ser ampliado o debate, de acordo com a idade. Não dá para entrar com a mesma metodologia no terceiro ano do ensino médio e na quinta série do fundamental. São públicos, interesses e enfoques diferenciados”, alerta Vera.
Ela acredita que o papel da escola é conscientizar. “Não é proibir por proibir, ser a favor por ser a favor. Qualquer ação tem que partir do princÃpio de formação do cidadão.”
Fonte: Odiario.com