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Pesquisa aborda homofobia na comunidade escolar
A população de Curitiba, no Paraná, conheceu na última segunda (27), os resultados locais da pesquisa “Homofobia na Comunidade Escolar”, coordenado por Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva. A apresentação das conclusões referentes à cidade acontece no auditório da Secretaria de Estado da Educação (Av. Água Verde, 2140 – Curitiba).
Curitiba é a oitava capital – das 11 pesquisadas – a receber a “reunião devolutiva” após o estudo. Magda Chinaglia, coordenadora da pesquisa, explica que, durante essa reunião, a equipe apresenta os resultados do estudo aos gestores e à comunidade escolar para, depois realizar discussões sobre o assunto e ouvir recomendações dos participantes.
A ideia é realizar uma reunião em cada capital participante da pesquisa com os dados apenas de cada uma para, no final, reunir todos os relatórios e as recomendações propostas nas 11 cidades e consolidá-los em um único relatório, previsto para sair até o final deste ano.
“O estudo qualitativo foi realizado em 11 capitais brasileiras e, agora, estamos realizando reuniões para divulgar os resultados em cada capital. Já apresentamos [os resultados] em sete capitais: Recife, Natal, Porto Velho, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus e Cuiabá”, explica.
Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro são as outras três capitais que devem receber a “reunião devolutiva” até o mês de outubro. O estudo, realizado entre 28 de setembro e 4 de dezembro de 2009, trabalhou com escolas municipais e estaduais de 11 capitais das cinco regiões brasileiras.
No total, a pesquisa ouviu 1.412 participantes, sendo 11 Autoridades Estaduais e Municipais, 86 gestores de escolas, 382 professores, 395 estudantes e 527 outros integrantes das comunidades escolares.
Para a coordenadora do estudo, em geral, o que se pôde perceber com a pesquisa é que as políticas públicas voltadas para a questão da diversidade sexual não são trabalhadas nas escolas. “Existem políticas públicas, mas há uma coluna muito grande entre a política e a implementação dela nas escolas”, afirma, destacando que esse foi um ponto observado na maioria dos estabelecimentos de ensino.
Outro resultado parecido entre as escolas pesquisadas foi em relação ao discurso dos entrevistados a respeito da homofobia. “Existe homofobia na escola, mas ela é negada porque a população LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais] é pouco visível na escola”, revela.
Segundo ela, o que acontece é que a homofobia é encarada, muitas vezes, apenas como agressão física. Outras atitudes homofóbicas, como piadas, são vistas como ‘brincadeiras’. “Os resultados são semelhantes: existe a homofobia, mas ela é naturalizada, minimizada nas escolas”, destaca.
Fonte: Onda Jovem