Reformas da Casa do Estudante Universitário começam em março

Imagem: UNB

Reivindicação antiga dos alunos da Universidade de Brasília (UnB), a reforma da Casa do Estudante Universitário (CEU) está prevista para começar em março do ano que vem. Moradores reclamam de problemas estruturais nos dois blocos, com 46 apartamentos cada e que abrigam 368 pessoas .

Será a primeira grande obra dos edifícios, construídos em 1973. O investimento estimado é de R$ 2,2 milhões. O dinheiro é proveniente do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), do Ministério da Educação. A troca dos sistemas hidráulico e elétrico e a manutenção externa e interna das edificações (como mudança de piso, cerâmica, esquadrias) estão incluídas no plano de reforma.

A obra, que será concluída em oito meses, não vai alterar o desenho arquitetônico dos blocos. Os estudantes deverão desocupar os apartamentos em fevereiro — período de férias na Universidade de Brasília (UnB). Durante a reforma, os moradores receberão uma ajuda financeira de R$ 510 mensais para custear um novo lugar para morar. “É o suficiente, considerando que a moradia deve ser na característica de uma moradia coletiva, que é o padrão da universidade (em cada apartamento residem quatro pessoas)”, explica a decana de Assuntos Comunitários, Rachel Nunes da Cunha. O montante do auxílio, no valor de R$ 1,5 milhão, também virá do Pnaes.

Membro da Associação dos Moradores da Casa do Estudante Universitário (Amceu), o paulista Thiago Rocha, 24 anos, participou da mesa de negociações entre a comunidade estudantil e a administração da universidade sobre a reforma. As partes chegaram ao consenso na última terça-feira. “Desde quando cheguei aqui , há quatro anos, se discute essa obra.

O prédio precisa de ser renovado. Os problemas estruturais não oferecem risco de desabamento, pelo menos por enquanto. Mas a armação do ferro já começa a ficar exposta sob o concreto e o encanamento está bem deteriorado. A água sai com ferrugem da torneira”, conta o estudante de engenharia mecatrônica.

Ontem, o aluno de comunicação social Thiago Vaz, 26 anos, tentava resolver o problema elétrico do apartamento que divide com mais três colegas. “Tem horas que a luz funciona, outras horas, não. A lâmpada não está queimada, a falha é da fiação mesmo”, disse. Ele conta que uma vez um quebra sol caiu de uma das janelas do bloco A. “Então, eles resolveram arrancar todos”, lembra. Além do desgaste estrutural, o estudante afirma que os moradores da CEU enfrentam outras situações difíceis. Segundo ele, visitantes indesejáveis como ratos e baratas têm se tornado comuns. “Por mais que a mudança dê trabalho, a reforma é muito necessária”, analisa.

O estudante de ciências sociais Ricardo Rodrigues, 22 anos, concorda com o vizinho: “A obra é muito bem vinda”. Mas ele está preocupado com a mudança de endereço. “Acho que a UnB deveria adiantar os oito meses de auxílio, não sei como vamos conseguir locar uma quitinete ou um apartamento sem ter fiador, uma vez que todos nós que moramos na CEU não temos famílias em Brasília.” A decana de Assuntos Comunitários adiantou que a instituição apoiará os estudantes durante o momento de transição.

Distância incômoda

Para a baiana Mariana Souza, 22 anos, aluna do 8º semestre de antropologia, a Casa do Estudante Universitário (CEU) necessita mais do que uma reforma física. Segundo a ela, a concepção e a localização das moradias dos estudantes precisam ser reavaliadas. “A estrutura não facilita uma convivência tranquila, devido à falta de privacidade. Além disso, estamos longe da farmácia, do supermercado e a maioria esmagadora não tem carro”, sustenta.

Um projeto para a construção de outras 150 moradias deverá ser finalizado no fim deste semestre letivo, de acordo com a decana Rachel Nunes da Cunha. Serão mais cinco blocos que abrigarão 600 estudantes. Eles devem ser construído próximo ao Centro Olímpico. “A organização e a distribuição dos edifícios será similar às das superquadras do Plano Piloto”, adianta a decana.

PROTESTO POR MELHORIAS

De 8 a 26 de junho de 2009, alunos da Universidade de Brasília (UnB) ficaram acampados no Salão de Atos do Gabinete do reitor José Geraldo Sousa Júnior em busca de melhorias para os estudantes. Entre as reivindicações, a reforma dos dois blocos (A e B) da Casa do Estudante Universitário (CEU), que fica próximo ao Centro Olímpico (CO), e a construção de novos espaços de moradia para os universitários. A lista de propostas também incluiu mudanças na área de segurança, transporte, saúde e auxílio financeiro

Fonte: Correio Braziliense