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Os jovens brasileiros e indianos são os que têm uma visão mais otimista da sua vida
São os jovens brasileiros e indianos os que vêem com mais otimismo o futuro – tanto a sua própria vida como os próximos anos do seu país. Não é de admirar, dirão: são duas potências emergentes, dois grandes países que estão se tornando gigantes econômicos. Mas as contas não são assim tão simples. A democracia é um fator importante para os jovens sentirem confiança no futuro: há mais chineses a apostar que o seu país tem um futuro prometedor do que no seu próprio sucesso pessoal.
Um estudo francês conduzido pela empresa de sondagens TNS Sofres para a Fundação para a Inovação Política (Fondapol), divulgado esta semana, faz um retrato da juventude, em 2011, em 25 países (África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estônia, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão, Marrocos, México, Polônia, Romênia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Turquia). A leitura que faz traduz a geopolítica – e, necessariamente, a crise econômica.
Assim se descobre como os jovens cidadãos (16 a 29 anos) dos grandes países em desenvolvimento que já deram o salto para se tornarem importantes economias do planeta, como o Brasil e a Índia, e onde a riqueza econômica começa a refletir em melhorias no bem-estar dos cidadãos, são os mais otimistas.
Na Índia, 90 por cento acreditam que o seu futuro pessoal é prometedor, e que o futuro do país também o é. Nos próximos 15 anos, aquilo com que sonham 60 por cento dos indianos é “ganhar muito dinheiro (só 47 por cento dos europeus pensam no mesmo). E há mais jovens que querem tornarem-se célebres (27 por cento) do que a querer um diploma universitário (24 por cento). Influências do filme Slumdog Millionaire?
Já os brasileiros acreditam mais em si próprios (87 por cento) do que têm fé na nação. Essa ainda está presa por aquele cepticismo de quem sempre ouviu dizer que “o Brasil é o país do futuro”, mas nunca via esse futuro chegar. Ainda assim, 72 por cento têm fé nas promessas do futuro brasileiro.
Já na China, que 58 por cento da juventude em todo o mundo identifica como um país que desempenhará um papel muito mais importante, dá-se a situação inversa: 82 por cento dos jovens acreditam que a nação terá um futuro prometedor, enquanto 73 por cento dizem acreditar no seu próprio sucesso. Mas a abertura ao mundo, a mundialização, é considerada quase unanimemente uma oportunidade (91 por cento). Os jovens chineses querem ganhar muito dinheiro e têm orgulho na riqueza da China.
Mas do inquérito ressalta uma característica única: os jovens chineses dão uma importância enorme a “sentirem-se livres” para poderem afirmar que a sua vida é satisfatória (40 por cento). São valores bem acima dos citados pelos norte-americanos (21 por cento) ou da média européia (22 por cento), a recordar que a China, apesar de toda a sua pujança econômica, é ainda um regime comunista, onde não são respeitados os direitos humanos e onde falta a liberdade.
Fora de época
Mas este é o lado do mundo onde os jovens conseguem ver céus azuis quando pensam no futuro. Há outro onde o horizonte é carregado, e quase sempre coincide com locais de crise.
A juventude grega é a mais pessimista de todas. Só 43 por cento dos jovens conseguem achar que têm um futuro prometedor, em termos pessoais – e, quanto ao país, apenas 17 por cento acredita nele.
E para se ver como a crise econômica semeou a desesperança no berço da democracia, apenas sete por cento se sentem contentes com a situação do país e 35 por cento sonham em emigrar. Só 23 por cento dos gregos se dizem satisfeitos de viver nesta época.
ótimo post.