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Jovens recém-formados buscam concursos públicos como alternativa para entrar no mercado de trabalho
Eles têm entre 18 e 30 anos, são de ambos os sexos, mas, na maioria, mulheres (60%) e estão adiando os planos de pós-graduação para se preparar para os concursos públicos. Cada vez mais jovens recém-formados vislumbram na carreira pública a oportunidade de entrar no mercado de trabalho de uma forma mais rápida e, de quebra, conquistar estabilidade no emprego.
– Desde o fim de 2008, quando aconteceu a crise financeira mundial, muitos jovens passaram a ver na administração pública a confiança de um emprego que tira as incertezas que um cargo numa empresa particular carrega. E de fato não há facilidades no mercado privado, que a cada dia está mais competitivo e cruel – afirma Alexandre Prado, do Concurso Virtual.
Há uma combinação de fatores que tornam o concurso atraente: remuneração, número de vagas e abrangência
Celso Gonçalves, diretor do R2 Cursos Preparatórios, aponta três fatores de atração para os recém-formados para o serviço público, embora muitos defendam que estamos caminhando para o pleno emprego: raras exceções, não se exige experiência prévia, ao contrário da iniciativa privada; o processo seletivo, que é objetivo e todos concorrem em condições de igualdade; e bons salários, pois, enquanto um recém-formado começa uma carreira ganhando, em média, de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil, na iniciativa privada, no serviço público este mesmo profissional pode começar ganhando entre R$ 4 mil e R$ 8 mil, por exemplo.
Embora muitas instituições governamentais procurem por especialistas, é possÃvel, sim, que os jovens recém-formados aproveitem o grau de bacharel que obtiveram, seja ele qual for, para ingressar no serviço público, afirma Prado.
– Praticamente todas as profissões podem ser exercidas na carreira pública, que inclui tanto os cargos oriundos das empresas públicas como os das sociedades mistas, que em muito se assemelham à iniciativa privada. Médicos (em todas as especialidades), enfermeiros, nutricionistas, engenheiros (em todas as áreas), odontólogos, estatÃsticos, jornalistas e administradores, entre outros, são selecionados com frequência – completa Gonçalves.
De acordo com o diretor do R2, os concursos mais procurados pelos jovens, tanto do nÃvel médio quanto do superior, são aqueles que não exigem formação especÃfica.
– Há uma combinação de fatores que tornam o concurso atraente: remuneração, número de vagas e abrangência – completa Gonçalves, lembrando que as carreiras públicas e privadas não são, necessariamente, excludentes. O recém-formado pode ingressar na iniciativa privada ao mesmo tempo em que busca a preparação para os concursos públicos.
Já o diretor do Concurso Virtual ressalta que as seleções para as áreas de direito e administração também atraem bastante o interesse dos recém-formados. As áreas jurÃdica, fiscal e tributária – tanto na esfera municipal, quanto na estadual e federal – também são bem disputadas. Já para o nÃvel médio, os mais procurados são os concursos das áreas de educação e de segurança.
As gêmeas Marcelle e Renata Barcellos têm 23 anos e estudam na Academia do Concurso há pouco mais de um ano. Ambas se formaram em biotecnologia, em 2009, pela Universidade Estadual da Zona Oeste, e tiveram a oportunidade de fazer mestrado com bolsa, mas acabaram abrindo mão da especialização:
– O retorno financeiro de uma bolsa integral para mestrado ou mesmo doutorado, levando em consideração o tempo que nos dedicamos, ficaria aquém das minhas necessidades. Comecei na Academia fazendo curso para o Mistério Público da União (MPU) e, hoje, estou terminando o curso para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Com o conhecimento adquirido nos dois cursos, dos cinco concursos que já prestei, fui classificada em dois, Fiocruz e Inmetro – diz Marcelle.
Erick de Lima Leite, 24 anos, formado em medicina veterinária na Universidade Estácio de Sá, teve o mesmo pensamento das gêmeas. Deixou de lado, por um tempo, os planos na sua área de formação e entrou para um curso preparatório para concursos, também com a certeza de ser aprovado em menos de dois anos.
– Comecei a estudar ano passado para a PolÃcia Federal e, agora, em 2011, para a PolÃcia Civil. Com poucos meses de estudo, me classifiquei no primeiro concurso que fiz, para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que acabou me motivando ainda mais. Alcançado o objetivo atual, poderei viabilizar o que planejo, que é abrir minha própria clÃnica veterinária.
Dedicação e uma boa estratégia de estudo é fundamental para quem busca uma aprovação rápida. No caso de Renata Barcellos, conciliar cursos que tenham matérias em comum foi a melhor estratégia.
– De um curso para outro, revejo matérias e adiciono novas, ampliando meu leque de conhecimento. Quanto ao tempo que dispenso estudando, fica em torno de nove horas diárias, divididas em três horas no curso e seis horas em salas de estudo – diz Renata, que, como a irmã, fez os cursos para o Ministério Público da União (MPU) e do TRE e começa em setembro o curso para o Ministério Público do Estado (MPE-RJ).
Diretor do Concurso Virtual, Alexandre Prado ressalta que o jovem que descobre no concurso público a grande oportunidade para ter estabilidade financeira e total independência se dedica e não para de estudar:
– A cada semestre percebe-se que mais jovens estão enxergando no concurso público uma grande oportunidade profissional. Com isso, a concorrência está mais acirrada, levando, inclusive, alguns concurseiros a abrirem mão de seus diplomas para tentarem uma seleção de nÃvel médio.
Leia mais sobre esse assunto em oglobo.globo.com
quero participar
muito bom vocês dar uma primeira oportunidade para nois jovens aprendiz !
Tem que buscar concurso público mesmo, as empresas do paÃs não oportunidade para recém formado… A única solução é esta!