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“Mundo novo. E você?” por Felippe Cronemberger
O jornalista Thomas Friedman, aclamado pelo best-seller O mundo é plano, tornou-se famoso por dar um olhar bastante emergencial às conseqüências da globalização e aos diversos impactos que isso tem trazido para o mercado. Na mesma linha, o livro Quente, Plano e Lotado, traz um teor um tanto apocalíptico ao cenário mundial que se desenha: mudanças climáticas sensíveis, maior integração e comunicação dos mercados e mais gente vivenciando isso. Seria correto dizer que essas mudanças impactam diretamente as perspectivas dos jovens em relação ao mercado de trabalho? Certamente.
Não é só o ar-condicionado do escritório que poderá não dar vazão às temperaturas futuras. Talvez, nem o que se conhece atualmente como escritório poderá ser o mesmo no futuro. De fato, as múltiplas interligações que são feitas entre diversos mercados ajudam o mundo a ficar mais lotado e globalizam os problemas também. Se até pouco tempo conhecer o mercado de trabalho chinês seria exagero de grandes investidores e executivos, hoje, aqui, do outro lado do mundo, pode significar a diferença entre conseguir um emprego ou não.
Obviamente, seu nível de competitividade não pode ser medido pelo conhecimento de uma informação tão específica. No entanto, as dinâmicas do mercado certamente ajudam a situar o candidato como alguém que não só conhece as regras deste novo jogo, mas está disposto a jogá-lo. Melhor falando: tem condições de vencê-lo.
Isso tem se refletido cada vez mais nos critérios objetivos de seleção das empresas. A disponibilidade para viagens, que antes era percebido como diferencial, agora é fator determinante para as empresas desse mundo plano. Indo além, essas mesmas empresas já supõem que um jovem da geração Y (nascidos após 1980) ou ainda da Z(nascidos no final da década de 1990), trainee ou estagiário, não só não vai titubear, como estará interessado em viajar pela empresa e explorar novas oportunidades e novos mercados.
Estar preparado para isso envolve dedicação e curiosidade para mapear oportunidades e medir suas chances de sucesso. A América Latina, por exemplo, sempre colocada em segundo plano por jovens que sempre buscaram a realização do “sonho americano”, hoje é o destino de jovens do mundo inteiro. A língua espanhola, que sempre viveu à sombra do inglês, hoje é diferencial para todos que desejam suportar as operações de multinacionais do mundo inteiro no Brasil e em nossos vizinhos. E você: o que você está fazendo hoje para se adaptar ao hoje?
É hora de olhar para si e identificar o quão adaptado se está a esse novo panorama. Não se espera que todos estejam preparados, mas o mundo lotado de oportunidades pode ser mais vazio para os que não estão dispostos a viver a realidade que se projeta nos próximos anos.
* Felippe Cronemberger é bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestre em Administração de Empresas pela University at Albany em Nova Iorque. Atuou em diversos projetos nos EUA além de ter acompanhado o recrutamento de jovens e profissionais experientes em diversos segmentos. Suas especialidades são pesquisa em tecnologia e inovação para Recursos Humanos, ensino, educação corporativa e práticas multidisciplinares para desenvolvimento da força de trabalho e da organização.