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Daniel Vaz: 3ª maior aquisição da história indica Brasil como potência econômica global

fusao AB Inbev

O grupo belgo-brasileiro AB InBev fechou um acordo histórico para o mercado mundial de cervejas nesta nesta última terça-feira, 13/10. A 2ª colocada no ranking global, SAB Miller, aceitou proposta de compra feita pela empresa de mais de 100 bilhões de dólares. A combinação dos ativos das duas maiores cervejarias do mundo formará, caso se concretize de maneira definitiva, um grupo avaliado em US$ 245 bilhões, e produzirá uma em cada três cervejas consumidas no Planeta Terra. 

A operação realizada por esse grupo com forte participação de capital brasileiro liderar uma operação negocial desse tamanho é um fato que podemos analisar de várias formas. As que escolhemos para comentar concentram-se na relação dessa fusão com o nosso país e com a forma que somos reconhecidos pelo mundo.

O jeitinho brasileiro é um termo que geralmente escutamos para determinar algo pejorativo, como sinônimo de trapaça ou algo do tipo. Todos os povos do mundo tem a sua forma particular, que se configura em códigos que orientam a ação individual e a relação com o coletivo. Esse conceito tem um nome complicado, chama-se idiossincrasia, que podemos simplificar como o nosso jeito de ser, aquilo que fazemos de temos e admirável como a sociabilidade, capacidade criativa e afetividade, mas também o que nos envergonha, como a corrupção cometida por agentes políticos e corporativos, noticiada quase todos os dias através dos veículos de comunicação.

Liderar iniciativas em nível internacional não é uma novidade para pessoas nascidas no Brasil, que participaram com relevância da criação da ONU, da gerência de grandes conglomerados empresariais (segundo pesquisa recente, temos 4 dos 50 principais executivos de empresas do mundo), e que atualmente ocupam a Direção-Geral da Organização Mundial do Comércio – OMC, e da FAO, agência do sistema ONU que cuida da questão da alimentação e da fome no mundo. De alguma forma essas pessoas carregaram consigo os aspectos positivos do jeitinho brasileiro, e através desse repertório conseguiram se destacar em cenários aonde a visão global e a ação local são elementos cotidianos de trabalho.

 A ação mercadológica da AB Inbev demonstrou a capacidade de uma organização promover um avanço de grande importância na chamada economia real, mesmo no cenário difícil que vivemos no Brasil, uma das sedes principais da empresa, e outras partes do mundo, vide o processo migratório rumo à Europa, queda do crescimento da China, falência de cidades como Detroit, nos Estados Unidos etc.

Nosso país se beneficia dessa iniciativa porque ela colabora com a liderança em mais um mercado global, consolidando a diversidade de setores econômicos em que somos competitivos, esse é um pré-requisito de qualquer grande potência econômica que, mesmo com todos e sérios problemas que vivemos atualmente, o Brasil conseguiu alcançar durante a última década e que esperamos não perder, algo maior do que as análises de grau de investimento e risco de crédito feitas por agências privadas internacionais, baseadas em ambiente de negócios e expectativa de pagamento regular de dívidas, não na capacidade real do país e de suas empresas de gerar riquezas, fator mais relevante para o Brasil.

* Daniel Vaz é publicitário, Mestre em Comunicação, atualmente preside a organização Opção Brasil, atua como Coordenador-Geral da UNIJUV – Universidade da Juventude (em exercício) e ocupa a Vice-Presidência da AUALCPI – Associação das Universidades da América Latina e Caribe pela Integração.

** As opiniões apresentadas nesse artigo são de responsabilidade do seu autor.