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Juventudes e Economia Solidária: Empreendendo de forma coletiva
Iniciamos a Coluna “Economia Solidária” no Portal InfoJovem com textos e artigos todas as terças-feiras, escritos por empreendimentos filiados à UNISOL Brasil.
A UNISOL Brasil é uma Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários que atua em todo o território nacional nas áreas de agricultura familiar, economia das culturas, fábricas recuperadas, artesanato, apicultura, costura, inovação, reciclagem, habitação e outros articulando arranjos produtivos e redes de colaboração solidária.
Na Coluna “Economia Solidária”, a cada semana empreendimentos da UNISOL Brasil trarão informações e debates sobre as Juventudes e o mercado de trabalho, o empreendedorismo, novas tecnologias sociais, inovação, economia das culturas, economia criativa e economia solidária.
A discussão sobre o mundo do trabalho tem ganhado centralidade nas Juventudes, e de 2000 a 2010 houve ampliação de jovens inseridos no mercado de trabalho, em um total de 53,5% contra apenas 44,8% na década anterior.
A discussão sobre Juventude e Trabalho sempre se pauta em sua relação com a ampliação dos anos de estudo, um desafio ainda muito presente em nosso país. Ainda temos uma realidade onde a grande maioria dos jovens (40,5%) só trabalha, 23,7% não estuda nem trabalha, e 13% estuda e trabalha (Censo IBGE/2010).
Mas de que trabalho estamos falando? A noção de trabalho ainda esta praticamente restrita ao trabalho subordinado, o trabalho de carteira assinada, o sonho de trabalhar numa “grande empresa”, em uma “multinacional”.
No entanto, a maioria da juventude brasileira tem experiências diversas quando o tema é trabalho e renda, desde trabalhos informais, de complementação de renda, estágios, voluntariado, empreendedorismo (negócio próprio), trabalho coletivo, trabalho cultural e criativo. Podemos observar essa multiplicidade de experiências quando observamos os dados do Censo Demográfico do IBGE/2010 que apontaram que 53,5% dos jovens trabalham e, destes, apenas 52,7% têm carteira assinada.
Uma pesquisa realizada pelo Global Entrepeneurship Monitor (GEM), realizado em parceria com a London Business School, o Babson College, o SEBRAE e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) sobre o empreendedorismo e a juventude, aponta que o grupo dominante (no empreendedorismo) é formado por jovens adultos de 25 a 34 anos – somando 22,4%, seguido dos de 18 a 24 anos, a faixa que mais cresceu na última década: 7,4%.
As Juventudes com o avanço da escolaridade, a ampliação de acesso a bens culturais e às novas tecnologias tem produzido uma alteração importante na compreensão e na experiência do trabalho nas Juventudes, destacando o trabalho colaborativo, criativo, compartilhado e empreendedor. Os jovens começam a trilhar seu caminho e sua história profissional com mais autonomia, empreendendo sonhos e projetos de vida.
Nossa Coluna semanal irá debater essas experiências, trazer dados e informações, visando estimular o empreendedorismo biopolítico, um trabalho e uma economia que não se foca na competição, mas sim, na colaboração e no compartilhamento.
“A produção de ideias, conhecimentos e afetos, por exemplo, não cria apenas meios através dos quais a sociedade é formada e sustentada; esse trabalho imaterial também produz diretamente relações sociais. O trabalho imaterial é biopolítico na media em que se orienta para a criação de formas de vida social; já não tende, portanto, a limitar-se ao econômico, tornando-se também imediatamente uma força social, cultural e política.” (HARDT; NEGRI, 2006, p. 101)
Até a próxima semana!
Por Leonardo Pinho – Presidente da UNISOL Brasil
Conheça a edição da Revista da UNISOL Brasil voltado a Cultura e Juventude: http://www.unisolbrasil.org.br/revista-da-unisol-brasil-ano-ii-edicao-2-2o-semestre-2015/