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Estudantes prometem rolezinho na Assembléia Legislativa de SP por CPI da Merenda
Cresce a mobilização para que seja implantada a Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), para investigar as acusações de superfaturamento na merenda escolar do Estado. O “rolezinho” será nesta terça-feira (23), a partir das 14h.
“Demos um prazo para o governador explicar o que está acontecendo com a merenda das escolas públicas do estado amis rico da nação”, afirma Ângela Meyer, presidenta da União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes).
“Inúmeras escolas estão sem merenda em todo o Estado”, acentua a estudante. “Agora imagine as crianças que estudam de manhã e não têm almoço? E os jovens que trabalham e estudam à noite? São obrigados a ir para casa, com o risco de perderem a hora da aula”.
Ângela conta que desde a sexta-feira (19) os estudantes vêm gravando vídeos para divulgação na página do Facebook da Upes denunciando a falta de merenda nas escolas e o fechamento de salas de aula. Além de problemas de superlotação. ”As intervenções gravadas podem ser enviadas para a nossa página”, garante ela.
Num segundo momento, ela garante que os estudantes realizarão ´trancaços` pelas principais ruas e avenidas de todas as cidades, paralisando as escolas em todo o estado”.
O Tribunal de Justiça de São Paulo requisitou à Secretaria Estadual de Educação cópia de todos os procedimentos administrativos, finalizados ou não, com respectivos contratos, aditamentos e pagamentos a cooperativas que estão sob investigação da Operação Alba Branca, que investiga as acusações de superfaturamento na merenda escola com distribuição de propina a agentes públicos do governo de São Paulo.
O relator do processo, desembargador Sérgio Rui, quer todos os dados desde 2010, incluindo informações relativas a fornecimento de gêneros alimentícios destinados à merenda escolar.
Reorganização disfarçada
Os estudantes se mobilizam também contra o fechamento sumário de salas de aula em todo o estado. Segundo a Apeoesp, já são 1.160 classes fechadas neste início de ano. “Muitas famílias estão em sérias dificuldades por causa das transferências de alunos para outras escolas”, afirma Ângela.
Ela explica ainda que há inúmeros casos de famílias com três, quatro filhos, que por causa “dessa ‘reorganização disfarçada’ estão sendo obrigadas a se locomover enormes distâncias porque em idades diferentes os filhos estão em escolas diferentes, sendo que antes estavam todos no mesmo lugar”.
O presidente da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (Uses), Abimael Ribeiro, disse à que “agora, o papel dos estudantes é ainda maior, o governo não respeitou a suspensão e segue fazendo por baixo do pano. Nós vamos pegar pesado, já estamos nos organizando”.
A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, diz que “quem exerce a profissão docente sabe da enorme dificuldade em ministrar aulas para uma classe com excesso de alunos. Quem estuda em classe superlotada também sabe que é muito difícil estudar nessas condições, sobretudo nas nossas escolas públicas, a grande maioria com projetos arquitetônicos ultrapassados, espaços exíguos, problemas de manutenção, pouca luminosidade e ventilação e problemas acústicos que fazem com que professores e estudantes precisem se desdobrar para se fazerem entender”.
Fonte: Portal CTB/Marcos Aurélio Ruy