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Movimento estudantil protesta no Chile e na Argentina

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A Comissão de Educação da Câmara de Deputados do Chile finalizou na madrugada de 3 de maio a votação do projeto de lei que cria o Sistema de Educação Pública conhecida como “Desmunicipalização”. 

O projeto de lei, que é entendido pelo governo da presidenta Michel Bachelet como uma resposta à crise da educação, propõe uma mudança na administração do sistema público de ensino, fortalecendo os espaços intermediários de gestão. A proposta de recentralizar a educação sob a órbita nacional, tirando a pasta do âmbito municipal, tem sido denunciada por estudantes como algo que não mudará a crise estrutural da educação no país.

No dia 21 de abril foi realizada pela Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas (ACES)  uma marcha contra a lei de “desmunipalização” e de denúncia ao governo e aos parlamentares chilenos, que não atenderam às demandas dos estudantes e garantiram os interesses do empresariado da educação, excluindo o movimento estudantil da construção da reforma. 

A organização denuncia que a nova instância administrativa que a reforma acrescenta uma burocratização no sistema educativo e exclui as comunidades do processo democrático, o que facilitará o desvio e o roubo de recursos. “A reforma só propõe uma mudança de nome das instituições. As lógicas burocráticas e mercantis se mantêm, excluindo as comunidades de construir a educação que querem e que necessitam”, afirmam os estudantes organizados na ACES .

A grande convocatória feita naquele dia 21 se somou à luta dos universitários chilenos pela gratuidade do ensino superior.  Em meio aos anúncios das “Bolsas de Gratuidade” e frente à insatisfação generalizada da grande massa de alunos e alunas que não foram contemplados pelo benefício, a ação conjunta dos estudantes do ensino médio e superior voltou a agitar as ruas das principais cidades do Chile.

A Confederação de Estudantes de Chile (Confech) e a ACES fizeram uma coletiva de imprensa em frente ao Ministério de Fazenda (Santiago) para denunciar a falsa gratuidade e o improviso do governo, que deixou milhares de estudantes sem gratuidade. Entre os anúncios, os estudantes convocaram uma mobilização unificada no dia 11 de maio para reafirmar a luta pelo direto à educação.

Após a conversa com jornalistas, os estudantes se dirigiram ao Ministério de Educação, onde quatro estudantes universitários se encadearam como forma de protesto. Mas a resposta do Estado chileno não demorou a chegar com a repressão dos “carabineros” [polícias] e forças especiais, que usaram cassetetes e jatos de água para dispersar os manifestantes. Oito estudantes foram presos.

Segundo Diego Arraño, porta-voz da ACES, “o movimento estudantil fez um acordo e hoje sai às ruas em unidade para recuperar o que nos pertence. Neste 11 de maio, saímos todos juntos às ruas porque estamos cansados de esperar”. 

Para Gabril Iturra, porta-voz dos estudantes das universidades privadas da Confech e presidente da Federação de Estudantes da Universidade Central (FEUCEN), se o governo não der uma resposta imediata, “não temos mais o que dialogar. Nos vemos nas ruas”, ratificou.

Estudantes também bloqueiam ruas na Argentina

Assim como no Brasil e no Chile, na Argentina a questão da educação pública volta a ficar no centro dos conflitos. No último dia 2 de maio, estudantes bloquearam as ruas em três pontos de Buenos Aires.

Sob o lema “o recorte à educação pública é um ajuste ao povo”, os alunos secundaristas denunciaram as políticas de redução dos gastos públicos empreendidas pelo governo de Mauricio Macri, reivindicaram o passe livre de transporte aos estudantes, merenda, reformas dos edifícios e a revogação  do “protocolo antipiquetero”. 

Segundo a agência, os protestos receberam apoio de quem transitava pelas ruas.  

Com informações de Resumen Latinoamericano, elirreverente.cl e Brasil de Fato