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Adolescentes refugiados concluem curso para se tornarem jovens aprendizes
Em São Paulo, 24 adolescentes da Síria, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Congo Brazzaville e Angola concluíram nesta segunda-feira (6) o projeto Jovem Aprendiz Refugiados. Ao longo de dois meses, a turma participou de formações que abordaram habilidades para a entrada no mercado de trabalho. Em cerimônia de entrega dos diplomas, os alunos contaram como a capacitação os permitiu transformar as incertezas do passado em conhecimentos para o futuro.
“Estou há pouco tempo no Brasil, faz apenas seis meses que cheguei e me sinto muito bem aqui. O Brasil é um país acolhedor, os professores são dedicados a fazer com que aprendamos o máximo possível e, como em dez anos eu quero me tornar empreendedor, ter esse curso como formação básica já foi um ótimo início”, afirmou João Elias, angolano de 16 anos.
Os participantes do Jovem Aprendiz acompanharam 180 horas de aulas sobre matemática financeira, fluxo de caixa, gestão de negócios, sustentabilidade e outros temas. Com a conclusão do curso, todos sonham com o primeiro emprego.
“Aprendi muito e tenho ainda muito que aprender, mas me sinto preparada para começar a trabalhar em uma grande empresa que olhe para mim acreditando em meu potencial porque sei que tenho muito a contribuir”, disse Deborah, de 21 anos, durante a formatura na sede do Grupo Segurador Banco do Brasil.
A iniciativa foi idealizada pelo Grupo Mulheres do Brasil. Os estudantes foram selecionados pelo Programa de Apoio e Recolocação do Refugiado (PARR), projeto social que visa à inserção do refugiado no mercado de trabalho brasileiro. A ação foi financiada inteiramente pela EMDOC, consultoria especializada em mobilidade global.
“O envolvimento do setor privado em atividades de formação, capacitação e desenvolvimento profissional é uma atitude de muito apreço para o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados. Na visão da Agência, é fundamental que as pessoas refugiadas tenham oportunidades de se desenvolver plenamente, adaptando-se ao novo país para atingir a autossuficiência que os fará prosperar, fortalecendo com isso a economia local e o desenvolvimento da sociedade ao qual a pessoa refugiada está inserida”, defendeu Paulo Sérgio de Almeida, oficial de Integração Local do ACNUR no Brasil.
Tony, pai de uma adolescente recém-formada da República Democrática do Congo, enfatiza dois aspectos muito positivos do projeto: o de propiciar uma sólida base de conhecimentos e de forma gratuita, antes dos jovens terem seu primeiro trabalho, para que já estejam preparados para o que vão enfrentar.
“É uma oportunidade grandiosa já que minha filha está no momento de pensar no que ela quer para o futuro dela, que tipo de profissão seguir e em que área atuar. Este projeto se traduz em uma chance real de melhoria de vida destes jovens que passam a ter um futuro mais promissor, ampliando suas capacidades e fortalecendo seus talentos”, explicou Tony em inglês, por ainda não dominar a língua portuguesa tão bem quanto sua própria filha.
Fonte: ONU Brasil